quarta-feira, 15 de abril de 2015

Transamazônica Challenge 2015 - Fase 03 Final

TAC 2015 - Finalização




Às 7:30 estávamos no café da manhã em Alter do Chão nos preparando para partir, cerca de 10:00hs já estávamos a 10km da hidroelétrica de Curuá, trocamos os pneus da Hilux pelos lameiros e um pneu BF KM2 da Frontier de Leandro que cortou. Quando estava saindo do borracheiro começou um barulho enorme e uma trepidação embaixo da Hilux, a borracha do rolamento de centro havia se soltado, desestabilizando a transmissão, Eduardo sugeriu que Irmão, seu Zequinha, travasse com um arame a borracha, pois já havia feito isso em um caminhão seu e prontamente o Irmão fez o serviço. Meio dia atravessamos a Hidroelétrica e começamos a estrada de terra, mas infelizmente alguns quilômetros a frente escutei uma pancada no meu carro e parei, algo havia quebrado e quando olho a lateral direita estava arriada, primeiro pensamento era que a base da Barra de Torção, que em 2012 havia partido em um choque com um tronco e tive que soldar, mas não era esse o problema e sim a base do estriado que segura a barra de torção na suspensão dianteira.

Agora era analisar o que fazer e tomar uma decisão rápida, juro que pensei em adiar a ida, voltar para Santarém e sair no dia seguinte, dois problemas em um curto espaço de tempo e levando em consideração que minha Hilux nunca havia quebrado em uma TAC apenas acidentes ou manutenção básica, mas também estava querendo ir embora, voltar para casa. Como o pneu, mesmo sendo grande, não havia batido na caixa de roda vimos que daria para rodar daquele jeito, o amortecedor da Ironman é que teria de suportar toda a paulada da estrada, e ainda tínhamos 140km de buracos pela frente, mas foi o jeito e para amenizar baixei a pressão dos pneus para menos de 20lbs.

Apesar de estar sem a barra de torção o amortecedor suportou muito bem os buracos, pauleira e lama e cameleões altos, mas estava tranquilo, tirando o fato da frente pular que nem carro rebaixado, tome coluna, já previa que a noite teria de tomar uns relaxantes musculares e afins.

A expectativa era de muita lama, mas confesso que no começo já estava achando que a coisa seria tranquila, nunca havia visto aquele terreno tão seco e assim se seguiu boa parte da trilha, somente na Madeireira do Donizete, que sempre tem os grandes atoleiros, estavam alguns atoladores, mas pé no porão e pneus bons deu conta dos atoladores, deu até para brincar e curtir o trajeto com belas fotos.

Quando estava a 80km de Uruará parei para dar carona a um senhor, Seu Carlos, que estava indo para Uruará levando uma peça do trator e ai muita conversa no trajeto, mas impressionante o quanto todo mundo com quem conversamos, do mais abonado ao mais simples, está revoltado com o governo e com todos os problemas que essa série de eventos catastróficos criado têm refletido na economia de uma forma geral, mas isso é um outro assunto que não cabe discutir aqui.

Eu gosto muito dessa estrada, TransUruará, são oito anos rodando nela, vendo o quanto muda a cada ano, mais devastação, novas fazendas, madeira sempre sendo extraída e o progresso chegando e desmatando. Gosto dos atoleiros, das serras íngremes e escorregadias, tudo bem que esse ano foi fraco em relação ao Off Road, 2013 e 2104 foram fantásticos, mas como o Seu Carlos disse, esse ano está chovendo muito espaçado, normalmente chove por uma semana e ai param três dias e mais uma semana de água, o que destrói toda estrada, esse ano chove um dia e passam três sem chover, então a água evapora e não consegue encharcar a estrada destruindo-a, bom para quem circula, ruim para quem quer aventura, mas é como a natureza quer!

No trajeto ainda demos mais uma carona a um rapaz que estava com o caminhão quebrado, já era noite, e a conversa era a mesma, o quanto esse governo está acabando com a economia, mas como disse antes, não é assunto para este texto. Chegamos a Uruará às 20:00hs e fomos direto jantar, dia corrido, cansativo, estressante, mas finalmente chegava o final da TAC 2015, para mim e Leandro que estamos a 45 dias longe de casa o cansaço tá grande e saudade maior ainda, hora de voltar. Para o pessoal do Maranhão final do trecho que participaram e uma amostra de como será no próximo ano, que garantiram vir com mais tempo. Dia seguinte revisar a Hilux e a Frontier, trocar a peça quebrada da Hilux e seguir para casa com a consciência do dever cumprido e com novas amizades no currículo e mais 10 mil km até o momento no odometro do carro e da vida.
Fim da TAC 2015... Dever cumprido!!!!

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