domingo, 16 de maio de 2010

Novidades 4x4... Suzuki SX4

Suzuki SX4 mostra faceta urbana sem abandonar as raízes off-road
Da Auto Press

No mundo todo, a imagem dos automóveis da Suzuki sempre esteve muito ligada a veículos pequenos, apropriados para o uso urbano. No Brasil, porém, os modelos da marca que mais fizeram sucesso foram os que, além de compactos, tinham boa capacidade off-road. Foi assim com o jipinho Samurai, sucedido pelo Jimny, e do Vitara/Side Kick, sucedido pelo Grand Vitara de duas e de quatro portas. Um misto destas duas realidades sintetiza a nova empreitada da marca no mercado brasileiro, com o SX4. Ele é o único veículo da Suzuki classificado como automóvel de passeio por aqui -- ainda são trazidos as novas gerações do Jimny e do Grand Vitara.

O SX4 é um hatch altinho que até poderia ser confundido com um desses "off-road leves" que infestam as ruas brasileiras. A diferença é ser dotado de uma tração 4x4 de verdade, com direito a distribuição automática da tração e bloqueio do diferencial traseiro. O porte um pouco mais jipeiro deve-se ao porte do SX4: o modelo tem 1,58 metro de altura e 17,5 cm de vão livre do solo. No mais, são 4,13 metros de comprimento, 1,73 m de largura e 2,50 m de entre-eixos em um visual bem comportado, harmonioso. Na frente, o capô abaulado e bastante inclinado é interrompido por uma grade trapezoidal com tela do tipo colmeia. Ao centro, o “S” da logomarca da Suzuki. Os faróis sobem pelas laterais, têm desenhos levemente irregulares e cantos arredondados. O para-choques tem seções mais bem definidas, com uma entrada de ar na parte inferior e faróis de neblina redondos nos cantos.

Visto de perfil, o SX4 ostenta uma cintura em cunha, bagageiro no teto e linhas predominantemente lisas. Na carroceria, caixas de roda bastante salientes. Um vinco na altura das maçanetas parte do para-lamas dianteiro e corta toda a lateral. Na traseira, o hatch médio da Suzuki tem um visual com cortes mais secos. No vidro inclinado e na tampa do porta-malas predominam traços mais definidos, que contrastam com as lanternas trapezoidais com contornos arredondados. O para-choques traseiro é bem encorpado e traz dois refletores em forma de filete.

As origens off-road da marca também ganham eco no sistema i-AWD (Intelligent All Wheel Drive). A tração é dianteira, mas através de um pequeno interruptor no console central do carro é possível acionar a tração nas quatro rodas com distribuição automática. Há ainda, no mesmo comando, opção de bloqueio do diferencial traseiro. O conjunto inclui um motor 2.0 16V com 145 cv de potência a 5.800 rotações e torque máximo de 18,7 kgfm aos 3.500 giros, o mesmo que equipa a versão de entrada do SUV Grand Vitara por aqui. A transmissão é manual de cinco velocidades – o câmbio automático de quatro velocidades é opcional.

A lista de opcionais, por sinal, é enxuta e privilegia a estética. O Sport Pack inclui rodas na cor grafite, faixas esportivas, ponteira do escapamento cromada, teto pintado na cor preta, bancos em couro, soquete para conexão com iPod e aerofólio traseiro. No geral, toda a linha SX4 chega ao Brasil bem recheada. Na parte de segurança, airbag duplo frontal e freios com ABS e EBD. No quesito conforto, ar-condicionado automático, direção elétrica, trio, computador de bordo, banco e volante com regulagem de altura, rodas de liga leve aro 16, abertura interna da tampa do reservatório de combustível e rádio/CD/MP3 com comandos no volante em couro.

O SX4 parte dos R$ 62.490 e completo, com o Sport Pack, chega a R$ 68.490, um preço dilatado pelas taxas de importação, mas que ainda deixa o modelo japonês competitivo diante dos rivais nacionais. O Volkswagen CrossFox 1.6 e o Fiat Idea Adventure 1.8 Locker, com os mesmos equipamentos, chegam a respectivos R$ 57.860 e R$ 58.678. Os R$ 4 mil ou R$ 5 mil de diferença para o exemplar da Suzuki dão em troca um sistema 4x4, que o credencia a enfrentar o off-road, e um motor bem mais potente, de 145 cv -- contra 102/104 cv do carro da Volkswagen e 112/114 cv do modelo da Fiat.

FALANDO EM FIAT...

Lançado mundialmente no Salão de Genebra de 2006, o Suzuki SX4 compartilha plataforma com o italiano Fiat Sedici, modelo que já foi cotado para vir para o Brasil. Ainda na Europa, o SX4 tem uma derivação sedã chamada SX4 Limusine, 47 cm mais comprida que o hatch. Por lá, o compacto também usa motores 1.6 a gasolina de 107 cv e 1.9 turbodiesel de 120 cv.

Por aqui, a divisão de automóveis da Suzuki, que retomou as atividades comerciais após o hiato 2003-2008, estuda trazer ainda a nova geração do Swift e o SUV XL7. O objetivo é, com maior portfólio, aumentar também a participação. Neste ano, a Suzuki comercializou 1.266 unidades até abril: 275 foram do SX4, 839 do Grand Vitara e 152 do Jimny.


FICHA TÉCNICA: Suzuki SX4 2.0 16V AWD

- Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.995 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com comando duplo de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
- Tranmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira com opção de tração 4x4 com distribuição automática entre as rodas e bloqueio do diferencial traseiro.
- Potência: 145 cv a 5.800 rpm.
- Torque: 18,7 kgfm a 3.500 rpm.
- Diâmetro e curso: 84 mm x 90 mm. Taxa de compressão: 10.5:1.
- Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com batente progressivo, braços triangulares transversais, amortecedores hidráulicos e molas helicoidais. Traseira independente, com barra de torção, amortecedores hidráulicos, molas helicoidais e barras estabilizadora.
- Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS com EBD de série.
- Pneus: 205/60 R16 92H em rodas de liga leve.
- Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,13 metros de comprimento, 1,73 metro de largura, 1,58 metro de altura e 2,50 metros de entre-eixos. Airbag duplo frontal de série.
- Peso: 1.130 kg em ordem de marcha.
- Tanque: 45 litros.
- Porta-malas: 270 litros

IMPRESSÕES AO DIRIGIR:

Entre dois mundosA tradição da Suzuki em veículos fora-de-estrada se impõe ao SX4. Com um leve jeito de jipinho e tração 4X4, o hatch compacto instiga a que se descubra como ele se comporta não só no asfalto, como na terra. E em trechos sutilmente enlameados e com buracos o modelo mostrou que é valente. Com a tração integral acionada, o SX4 exibiu força e disposição para encarar o off-road -- leve, diga-se de passagem. Já ao enfrentar lama mais carregada, o bloqueio se mostrou eficiente e a suspensão bem acertada. Trabalhou bem e mostrou flexibilidade para copiar as ondulações do terreno.

Uma performance na terra obtida graças também ao eficiente motor 2.0 16V de 145 cv do SX4. O propulsor responde bem às investidas no pedal do acelerador e, com isso, o desempenho no asfalto é ainda mais competente. O zero a 100 km/h é feito em 9,5 segundos, graças também ao câmbio bem escalonado e com as primeiras relações mais curtas, o que privilegia maior agilidade nas arrancadas. Depois dos 100 km/h, contudo, é preciso pé pesado e paciência, pois o carrinho demora a ganhar velocidade.

Nos trechos de subida e em situações de ultrapassagens, o SX4 se sai bem. O torque já se apresenta de forma quase integral antes dos 3 mil giros, mantendo o motor cheio em uma boa faixa de rotações para efetuar as retomadas. Ainda nas estradas de serra, em curvas sinuosas o dois volumes se mostra bem equilibrado em velocidades baixas, torcendo o mínimo a carroceria. Com o pé mais em baixo, porém, o modelo faz menção de rolar. Nas retas, a estabilidade é boa até os 130 km/h, quando a comunicação entre rodas e volante passa a ficar imprecisa e a exigir correções a todo momento por parte do motorista.

A bordo do hatch, a vida é quase tranquila. O motorista fica em uma posição elevada ao dirigir, tem boa visibilidade lateral e traseira, quadro de instrumentos de fácil visualização e ainda conta com ajustes do banco e da coluna de direção, além de comando do som no volante. A maior parte dos botões é intuitiva e está ao alcance das mãos e dos olhos do condutor. O câmbio tem cursos curtos, mas os engates são pouco suaves, apesar de serem precisos. A direção elétrica facilita as manobras.

O espaço geral está de acordo com os compactos do mercado, com vão limitado para pernas, dois adultos bem acomodados atrás, mas com um vão para cabeças interessante, que aumenta a sensação de amplitude do habitáculo. Em matéria de acabamento, o SX4 aparenta bastante simplicidade e até uma certa rusticidade. Há muito plástico no painel e nos revestimentos. Mas encaixes e fechamentos são precisos na maior parte das vezes e só há sinais de rebarbas em alguns detalhes no acabamento do teto e do porta-malas. No consumo, uma média também normal, com 8,1 km/l com gasolina em itinerário 2/3 urbano e o restante rodoviário.

Por Fernando Miragaya

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