sábado, 6 de agosto de 2011

Mundo Off Road... Rally dos Sertões 2011 - Klever e a Maquina pros Sertões

Klever Kolber e sua maquina!!!

A 19ª edição do Rally Internacional dos Sertões, que acontecerá de 9 a 19 de agosto, entre as capitais Goiânia e Fortaleza, marcará a estreia do mais evoluído projeto de carro rali ambientalmente correto já visto no Brasil, o Protom by ProMacchina, da equipe Valtra Dakar Eco Team.
Novamente conduzido por Klever Kolberg e navegado por Flavio Marinho de França, o protótipo movido a etanol de cana de açúcar - que conquistou, logo em sua estréia na prova, em 2010, o título da categoria Pro Etanol e a segunda posição na classificação geral -, é uma evolução do Protom do ano passado, montado e desenvolvido pela oficina do preparador e também piloto Maurício Neves - a ProMacchina -, instalada em Curitiba.

"O ambiente da competição é assim: em constante evolução. O carro de 2010 estava fantástico e seria uma segurança não modificar nada. Mas não podíamos ficar nesta zona de conforto. O automobilismo é feito também de ousadia e inovação. Tudo foi desenvolvido com calma, e o que é mais importante, testado. Mas também é preciso ter sorte. E nossa concorrência é forte, de qualidade e em grande quantidade. Nosso objetivo é ter um carro mais leve, mais estável e mais rápido do que o utilizado no Sertões 2010, vamos ver se também é resistente", comentou Kolberg.

Em relação ao carro do ano passado, as atualizações efetuadas no Protom by ProMacchina incluem um considerável ganho de potência, o sistema de transmissão mais eficiente e a melhor distribuição do peso.
Externamente, o Protom do Valtra Dakar Eco Team mantém o habitáculo (cockpit) e chassi da picape L200 RS, feita exclusivamente para competição. Já a frente mudou bastante. O protótipo recebeu a grade frontal redesenhada e novo conjunto ótico, além de mudanças também no capô, permitindo maior funcionalidade e rapidez no acesso aos componentes mecânicos.

Mais força e resistência

O motor V6 3.5 Flex, alimentado exclusivamente com etanol comercial, foi substituído pela versão Mivec, também V6, mas com 3.800 cm³ de cilindrada e com 15% de potência a mais, aproximadamente, subindo de 220 para 260 cavalos.

A ProMacchina também optou por modificar a entrada de ar para o motor, eliminando o snorkel, o tubo de admissão cuja extremidade ficava na altura do teto do veículo. Visando melhorar o fluxo e evitar o pó e a água característicos dos cenários do rali, a captação do ar agora está localizada no painel entre o capô do motor e o início do pára-brisa.

Completando o trem de força (powertrain), a transmissão do Protom by ProMacchina 2011 mantém o câmbio e a caixa de transferências com acionamento manual originais do Pajero 3.5, bem como os diferenciais dianteiro e traseiro do Pajero Full. A novidade fica por conta do sistema de diferenciais blocantes - que permite modular a proporção dos regimes de rotações das rodas do lado interno em relação às do lado externo da curva, de acordo com as características do percurso e do piso - para aumentar o desempenho e a resistência do conjunto.

As suspensões independentes dianteiras e traseiras, que utilizam os agregados e outros componentes do Evolution (carro de chassi tubular exclusivo para competição), também foram mantidas. A exceção fica por conta da nova configuração steep 3 dos amortecedores Baratec (fabricados na Argentina), que são instalados dois em cada uma das rodas. Por falar nelas, as rodas têm uma nova configuração, mais resistente, e passam a ser fornecidas pela marca italiana Evo Corse, da qual a ProMacchina é representante no Brasil.

Para equalizar a distribuição das massas no carro (peso deslocado) e melhorar sua estabilidade, a posição dos pneus sobressalentes foi modificada. Antes eram três estepes, dispostos em pé, lado a lado, na posição que se encaixam nos eixos; agora reduzidos para dois, foram acomodados um sobre o outro, inclinados e paralelamente à cabine, centralizando os volumes. Essa mudança também possibilitou a redução no comprimento da caçamba, o que, além de diminuir o próprio peso do carro, ainda melhorou o ângulo de saída do veículo, formado entre o centro da roda traseira e a extremidade do pára-choque.


Tecnologia espacial

Entre os recursos para navegação, além dos itens tradicionais como hodômetros eletrônicos, planilhas, rádio e sistema de localização por satélite (GPS), Flávio Marinho contará com equipamentos de última geração. Um deles é o Sentinel, aparelho que emite sinais eletromagnéticos, utilizado para avisar os veículos à frente da aproximação de concorrentes mais rápidos, captados por qualquer veículo que esteja num raio de 300 metros, possibilitando diminuir a velocidade e evitar acidentes. Outra tecnologia utilizada pelo Valtra Dakar Eco Team é o Rastro, equipamento de monitoramento via satélite que grava toda a rota percorrida e as velocidades, permitindo, ao final do dia, analisar se a rota percorrida foi a correta, pontos de passagem obrigatória, limites de velocidade nas áreas de controle etc..

Também os instrumentos de bordo como conta-giros, marcadores de pressão do óleo, das temperaturas do óleo do motor e da água, bem como o voltímetro, entre outros, foram agrupados em um mostrador digital, totalmente eletrônico, com sensores instalados diretamente no motor, mais precisos e confiáveis. Esta mudança também já deixa o carro neste item homologado de acordo ao regulamento FIA, ou seja, apto para disputar o Dakar.

"Outro benefício é que o e o equipamento grava os dados, então podemos fazer download e estudar os dados e alterar a programação eletrônica, melhorando o desempenho, diminuindo consumo, evitando riscos", completa Klever.

Como no Rally dos Sertões 2010, a ProMacchina também será responsável pelo apoio mecânico durante a prova.

Evolução
Comandado pelo piloto Klever Kolberg, o projeto Valtra Dakar Eco Team estreou na edição de 2010 da maior e mais difícil prova de off road do mundo, o Rally Dakar, como o primeiro automóvel movido etanol de cana de açúcar a ser inscrito na prova, em seus 31 anos de existência. Na ocasião, o protótipo Valtra Dakar Eco Team tinha como base o utilitário esportivo Pajero Sport, com motor V6 flex de 205 cavalos de potência. Apesar de ter sido a primeira vez que o carro enfrentou uma competição e da necessidade de implantar um sistema particular de reabastecimento com etanol, o Valtra Dakar Eco Team venceu os nove mil quilômetros de desafios do percurso entre a Argentina e o Chile, que alternou ambientes radicalmente opostos, como os trechos gelados a quatro mil metros de altitude, na travessia da Cordilheira dos Andes, e o calor desértico do Atacama. No total, foram mais de 14 mil quilômetros rodados, incluindo os deslocamentos (ida e volta) entre o Brasil e Buenos Aires, na Argentina.

Para a disputa do Rally Internacional dos Sertões do ano passado, o Valtra Dakar Eco Team apresentou um novo protótipo, batizado de Protom. O carro foi montado sobre o chassi de uma picape L200 RS, específica para competição, com motor V6 flex, de 3.500 cm³ e 220 cv. Mostrando que a escolha foi totalmente acertada, o carro pilotado por Kolberg e navegado pelo potiguar Flavio Marinho França terminou a competição com o título da categoria Pro Etanol e com o vice-campeonato na classificação geral entre os carros.


Ficha técnica:

Motor: Mitsubishi 3.8 - V6 Mivec
Gerenciamento eletrônico programável de competição
Ventoinha dupla elétrica com sistemas individuais de acionamento
Potência: 260 cv a 5.500 rpm
Câmbio e caixa de transferência com opções de tração 4x2, 4x4, 4x4 bloqueado e 4x4 reduzido
Diferenciais com blocantes
Embreagem multidisco para até 100 kg de torque
Tanque: 300 L para autonomia de 400 km em ritmo de competição
Sistema duplo para bombas de combustível
Suspensão independente dianteira e traseira
2 amortecedores Baratec steep 3 por roda
Freio a disco nas 4 rodas
Macaco Hidráulico
Velocidade Máxima: 180 km/h
Peso bruto: 1.875kg
Comprimento: 4.460 mm
Largura: 1.990mm
Altura: 1.850mm
Base: 2.900mm
Rodas: 7" X 16"
Chapão protetor inferior
Pranchas de desencalhe
Gaiola de segurança padrão FIA


O Valtra Dakar Eco Team é patrocinado pela Valtra, e apoiado por Borrachas Vipal, Banco Fator, Veolia Water, Artfix, Sparco, Dakar Inovação, Arycom e Unica.


Texto Rodolpho Siqueira/Cleber Bernuci/Mariana Viegas
Fotos José Mario Dias

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