sábado, 20 de junho de 2009

Correio Técnico...Óleo Lubrificante: Engrenagens (Parte Final)


TROCA DE ÓLEO DO CAMBIO E DIFERENCIAL, QUANDO FAZER?

TRANSMISSÕES MECÂNICAS E EIXOS.

Esta é uma pergunta complexa e difícil de se responder. Antigamente quando a qualidade dos produtos lubrificantes era inferior e os processos de usinagem eram menos precisos, era comum os fabricantes recomendarem a troca do lubrificante do cambio e do diferencial com uma certa quilometragem. Isso mesmo em carros pequenos. Quem teve/tem linha VW refrigerada a ar sabe: A VW até 1982 recomendava a troca do óleo do cambio a cada 50 mil km. Hoje em dia, praticamente nenhum fabricante de automóvel leve prevê a troca do lubrificante do câmbio/diferencial chegando ao extremo de, em alguns modelos não ter bujão de dreno do lubrificante. Apenas de abastecimento.


Em se tratando de veículos de passeio, com transmissão manual, não é comum a troca do lubrificante. Exceto em casos extremos (carros que passaram por inundações, por uma razão ou outra tiveram que sofrer reparos no câmbio, etc.). Por uma questão de hábito eu mando TROCAR o óleo do câmbio a cada 50 mil km de todos os carros que possuo. Se não atinge a quilometragem, eu mando trocar mesmo assim a cada 4 anos. Ainda recentemente mandei trocar o óleo do câmbio da minha Saveiro 2003 (mandei colocar o SAE 80W90 API GL-5 - ficou jóia para engatar quando frio e a marcha ré pouco raspa - eu recomendo). Entretanto não é uma pratica usual.

No caso de caminhonetes e caminhões, a coisa muda: O Fabricante recomenda a troca do lubrificante a cada x mil km. É neste momento que é importante seguir a risca a recomendação da fabrica e proceder a troca pois os esforços a que são submetidos o conjunto de transmissão desses veículos é muito maior. O maior torque do motor, peso do veículo, bem como o uso em fora de estrada também exigem mais do lubrificante o que faz necessário a sua troca conforme recomendação do fabricante do veículo ou do conjunto Câmbio / Caixa de Transferência e eixos, caso o fabricante seja silente neste assunto.


A troca tem que ser feita SEMPRE seguindo a recomendação de viscosidade e nível de serviço mínimo estabelecido pelo fabricante. Em eixos com sistema LSD (Limited Slip Differential - ou diferencial "autobloqueante" como é vulgarmente chamado) em alguns casos, faz-se necessário a colocação dos aditivos modificadores de atrito. Os lubrificantes de boa marca (especialmente os de base sintética) já tem aditivos modificadores de atrito, entretanto alguns fabricantes recomendam a adição complementar de aditivos.

Uma boa dica é sempre que utilizar o veículo em situações Off - Road, passando longos trechos alagados, onde as rodas fiquem submersas, proceder a troca assim que possível. Muitas vezes ocorre a contaminação da água com o óleo (geralmente pelo respiro) e com isso, a formação de uma nata característica de quando se mistura água com óleo.


TRANSMISSÕES AUTOMÁTICAS

O ATF dos conversores de torque e câmbios automáticos todo mundo sabe que necessita troca, os fabricantes recomendam a troca mas dada a maior dificuldade envolvida no processo de substituição do óleo lubrificante, poucos se atentam a esse importante item de manutenção.

O ATF do conversor de torque trabalha sob condições elevadas temperatura e pressão, e, paralelamente, lubrifica o conjunto da transmissão automática. O desgaste das cintas metálicas que são utilizadas dentro das caixas automáticas também libera material sólido que é limpo pelo óleo e fica retido dentro do filtro de óleo contido dentro da transmissão.
Por ser um elemento sujeito condições elevadas de temperatura e pressão, bem como parte fundamental em qualquer transmissão automática, a troca do ATF do conversor e câmbio é fundamental para a longa vida do conjunto. Entretanto tal serviço deve ser feito por oficinas especializadas pois envolve em muitos casos, a desmontagem de partes do conjunto para fazer a troca do lubrificante e do filtro. O período de troca deve ser particularmente seguido (e porque não encurtado) em caso de veículos que trabalhem sob condições extremas de esforço, seja em situações "off-road" ou no transporte de carga: Nessas situações, o esforço no conversor de torque gera calor e esse calor provoca a degradação das características do lubrificante e com isso, o desgaste do conjunto de transmissão.

Essa precaução também é necessária pois, em alguns casos, quando o desgaste do sistema é acentuado, a troca do lubrificante do câmbio pode simplesmente fazer o carro "parar" - ou seja acelerar um problema já latente a ponto de um reparo mais drástico no sistema, que poderia aguardar um tempo para ser efetuado, acabar tendo de ser feito de um modo mais imediato, acarretando em perda de lubrificante, mão de obra e tempo.

Uma boa dica (e ela vale até para comprar um veiculo usado de transmissão automática) para avaliar o estado de uma caixa de transmissão automática, seja de automóveis de passeio quanto para caminhonetes é atentar para a o lubrificante que está na vareta que mede a quantidade de óleo na caixa. Se este estiver claro e com o cheiro de óleo ATF, é um bom sinal. Entretanto se o lubrificante estiver escuro e cheirando a óleo queimado é um alerta de que a transmissão certamente necessitará de reparos de maior monta. O cheiro de queimado significa que existe desgaste nas cintas internas da transmissão, bem como de esforços excessivos no conversor que acabaram por "cozinhar" o lubrificante e esse lubrificante "cozido" deixou de ter suas características especificadas e exercer sua função básica de lubrificar e proteger o sistema.


Daniel Shimomoto (Parte Final)

4 comentários:

Anônimo disse...

Aprendi muito

Anônimo disse...

E possível entrar água no óleo da caixa automatica da Dodge Ram pelo sistema de arrefecimento?

Anônimo disse...

Boa tarde, como o diferencial da l200 triton 2012 joga óleo nas pontas, pq tem uma ponta que não esta jogando óleo! E as pontas desmontam sem abrir o diferencial, obrigado, aguardo resposta

Unknown disse...

Boa tarde!
Para a Hyundai Santa Fe, ano 2010
Cómo faço a toca do óleo hidráulico do cambio automático?
Muito o brigada!

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