sábado, 7 de março de 2015

TAC 2015 - Uma Grande Aventura





 TAC 2015

Mais um ano e estou novamente no Norte do Brasil, mais precisamente em Humaitá – AM, para iniciar uma nova Expedição de aventura Off Road pelas estradas da região Norte, Transamazônica (BR 2030)  e Porto Velho - Manaus BR 319.

Após alguns dias e mais de 5.000km de deslocamento estou reunido com o grupo que irá fazer a TAC 2015 Fase 01, porque este ano resolvi dividir a TAC em três etapas ou fases, onde a primeira fase tem como roteiro muita lama e buraqueira entre Humaitá – Lábrea – Manaus.   

Para comemorar a chegada de todos e fazer uma reunião para que os participantes e a organização se conheça melhor nada mais indicado que um maravilhoso churrasco de Tambaqui com caldeirada preparados pelo amigo Luciano de Humaitá, que tem como profissão cozinhar e hobby ser enfermeiro. Rsrsrs!!!

No dia 03 de Março reunimos todos nós, organização, apoio e participantes na varanda do Hotel Correa, onde sempre ficamos em Humaitá, fizemos uns sorteios de brindes da Ironman4x4 e da Vonder ferramentas, distribuímos alguns brindes oferecidos por alguns participantes, comemos bastante peixe e nos preparamos para o dia seguinte.

TAC 2015 FASE 01 HUMAITÁ – LÁBREA – HUMAITÁ

Acordei um pouco desmotivado, na verdade não dormi tanto assim, no máximo umas três horas, como de costume nessas expedições, estava preocupado com o dia seguinte, afinal existem vários motivos para preocupação, mas o que me afligia eram as notícias que este ano choveu pouco, que a estrada estava em manutenção constante e que os caminhões estavam proibidos de andar no trecho, o que significava que a estrada estaria um tapete, ou seja, o contrario do que buscávamos, do que os participantes almejavam, atoleiros e dificuldades.


Saímos 9:30hs de Humaitá, algumas paradas para fotos oficiais das viaturas e asfalto novo até o trevo da 230 e 319, sabia que até o KM 100 a estrada estava um tapete, mas esperava pelo menos pegar toda a bagaceira dos últimos 2km antes da Balsa do Mucuí, então pegamos o rumo de Lábrea. 

Rádio meio parado, pouca conversa, mais o pessoal de apoio e organização falando, algumas brincadeiras e um pouco de tédio. No KM 84 paramos na fazenda do nosso amigo Isac, este nos ajudou em uma empreitada pela estrada de Lábrea no ano de 2012, uma grande aventura! Tomamos um café de primeira, Valdir Bufa (meu Zequinha/copiloto), deu umas voltas no Fusca do Isac e tirou fotos para dizer que chegou de Fusca, na verdade os grandes veículos dos primórdios da Transamazônica, Fuscas e Brasílias, devido à configuração do motor e uma chapa inteiriça no acoalho eram os carrinhos que surfavam na lama amazônica.  Pausa e feita e um pouco de expectativa, o Pai do Isac nos disse que a frente existiam alguns atoleiros.

Ao sairmos quem tinha roda livre manual foi acionar, neste momento a roda livre da L200 de Matheus, vulgo Meia-Foda, estava com a RL (roda livre) travada, primeiro problema mecânico da expedição, e ai montamos um aparato e em poucos segundos já tínhamos guarda-sol, esteira de lona no chão, jogo de chaves da Vonder sendo inaugurado, que por coincidência ou não! Quem havia ganhado tinha sido o Meia-Foda, ficamos desconfiados que o representante das ferramentas, Savio do Troller Novo, vulgo ET de Varginha, havia sabotado a RL do Meia durante a noite para fazer um merchandising com a marca de ferramenta, pois não parava de tirar fotos do acontecido dando ênfase a caixa de ferramentas. Após uma hora consegui resolver o problema, desmontamos o aparato, que a noite fora elogiado pelo Carioca Edson Bailune com o seguinte comentário “Pooorrra!!! Os caras em poucos segundo colocaram um tapete, caixa de ferramentas, estopas, guarda-sol, cerveja gelada na boca do chefe/mecânico e Puuuta que Pariuuuu, nunca vi tanta agilidade!!!”. Rsrsrs!
Alguns quilômetros sentido Lábrea e Jálisson, famoso JáJá inaugurou o dia e atolou sua Triton, primeira puxada e retirei a Triton, foi tudo tão ágil que o Zequinha Galindo, vulgo Galináceo (apelida dado por Marcão), nem teve tempo de tirar suas havaianas e colocar as botas, Valdir, vulgo Bufa colocou a cinta da Hilux e puxei, tudo bem, foi excesso de confiança, mas gerou alguma animação. Depois foi a vez de Leandro, tanto apresentar problemas mecânicos na tração dianteira como atolar. Depois foi Matteo, o italiano que está indo em sua quarta TAC, vulgo Fofinho! Mais um resgatado e a coisa começou a parecer que ira melhorar, porem fomos chegando próximo a balsa e fui desanimando, lembrava quanto sofrera em anos anteriores naquele Estreito da balsa e esse ano dava para passar de carro 4x4 com pneus ATs.

A beleza da travessia de balsa, que custou R$ 50,00 por carro, uma chuvinha fina e alguns minutos de descanso enquanto fazíamos a três travessias dos dez veículos relaxou um pouco a mente e seguimos em frente. Quando achava que não teríamos mais aventura naquela estrada, inclusive já tinha oficialmente me convencido que seria a ultima empreitada para Lábrea, vimos um Caminhão saindo de um imenso atoleiro, realmente estava bem feio, ali estávamos a 40km de Lábrea e após o caminhão sair escolhi o que visualmente me parecia a melhor opção e entrei, faltando menos de 10 metros para finalizar o atoleiro a Hilux ficou completamente atolada, queria colocar o guincho para sair de frente, mas o apoio resolveu puxar com guincho para trás, não adiantou afinal estava atolado e ai o apoio foi observar o outro lado da estrada, por baixo, dentro do mato, que estava relativamente firme e o Peruano Raul com sua Super-Hilux foi tentar atravessar e ficou, agora estávamos Eu, Raul e Leandro atolados, foi quando começamos o trabalho de guincho nas arvores do outro lado da estrada e comecei a sair, Raul usando seu guincho idem. Nesse meio tempo o louco do Marcão, vulgo Marcon Oncinha, deu uma de louco, como sempre, e saiu rasgando com a Ranger, quase virando por cima do carro de Raul e varou o atoleiro, um grande de um louco!

Com o carro de Marcon mais a frente coloquei meu guincho no ponto de apoio da Ranger e sai, usei a Hilux como ponto de apoio para o guincho de Leandro e ele saiu, depois todos começaram a passar pelo lado que veio o Raul, bastando vir com velocidade era possível passar, no outro lado, onde atolei juntamente com Leandro o risco de virar os carros era grande, no final somente Matteo e Meia-foda tiveram de ser puxados, mas isso devido ao desenho dos pneus que não permitiam tração suficiente para sair do buraco e subir para estrada. 

Varamos esse atoleiro, mas já passava das 19:00hs, já era noite quando puxei Meia-foda, comboio realinhado e seguimos contente com o fim do dia perfeito de trabalho em equipe, passamos por mais dois atoleiros, mas como já estávamos adrenados foi mais fácil de transpor sem atolar, porém não foram atoleiros fracos, apenas entramos com mais gás. Mesmo perto de Lábrea a estrada não rendia e as horas foram passando, ai chegamos à 10km de Lábrea e pegamos um resto de asfalto com crateras, 01:00h para andar 10km, cansaço e irritação com aquele tipo de buraco, mas pelo menos nos divertimos, menos mau! Chegamos a Lábrea depois dás 22:30hs, abastecer os carros, lavar algumas coisas, comer algo e descansar, afinal no dia seguinte após a foto oficial pegamos estrada de volta para Humaitá. 


TAC 2015 FASE 01 HUMAITÁ – LÁBREA – HUMAITÁ DIA 02

A ideia era tirarmos a foto oficial do grupo na Matriz de Lábrea às 10:00hs e depois seguir de volta para Humaitá, um atraso de praxe e saímos 10:50hs em direção ao KM 60 onde estava o atoleiro da fazenda do Atem, como choveu a noite imaginamos que estaria pior, após enfrentar novamente os 10KM de buracos em uma estrada que um dia estivera asfaltada, uma verdadeira Via-crúcis.

Grupo empolgado com o fim do dia anterior e com a aproximação do atoleiro pesado e assim seguimos de volta para Humaitá. Quando chegamos ao atoleiro o pessoal decidiu ver o desempenho das Pajerinhos Full e mandamo-las nas frentes, enfrentaram e vararam o atoleiro, seguido de Galindo pilotando a Triton de Jalisson, seguidos por mim com apenas tração na traseira, isso mesmo, antes de entrar no atoleiro acionei a 4x4 e a luz do painel acende, comecei a me deslocar e a mesma apagou, ai já estava entrando no atoleiro, só fiz acelerar e acionar o bloqueio das rodas traseiras, aliado ao desenho dos pneus que estava usando, extremamente agressivos, consegui a varar o grande atoleiro com tração apenas nas rodas traseiras. Depois veio Leandro e na sequencia o Troller novo do Savio e o Italiano Matteo no Troller, que atolou na entrada e depois no meio do atoleiro, nesse caso uso de guincho para poder sair. Depois veio Raul com sua Hilux e atolou, além do atoleiro está completamente esbagaçado os pneus do Troller de Matteo, da Hilux de Raul e da L200 de Meia-Foda eram MUDs, e para esse tipo de terreno mais indicado um pneus agressivo recapado.
Após retirar Matteo e Raul foi à vez de Meia-foda, mas devido ás condições do terreno seria impossível, por isso resolvemos que deveria seguir pelo caminho que fiz no dia anterior, ficaria mais fácil de puxarmos com o guincho. Na tentativa o carro quase tomba, por isso resolvi que deveria descer no charco e tentar sair por baixo, menos perigoso de virar o carro. A Nissan de Leandro foi puxar Meia com o guincho, visto que o da L200 estava inoperante, após sair foi a vez de Marcão, louco como sempre Marcão desceu acelerando até o fundo, passando por cima de tudo e todos e no final estava novamente do outro lado do atolador sem ficar, louco! Mas eficiente! Rsrsrsr!

Nesse meio tempo em que estávamos no atolador tentando retirar Matteo chegou um caminhão com guincho e se enfiou no meio do atoleiro, bateu ferro (uma haste de aço com ancora para poder fincar na lama e o guincho puxar o caminhão), ouve um pequeno incidente, umas das ancoras se perdeu ao caminhão passar por cima e um dos ajudantes disse que alguém do nosso grupo havia pego a haste, além de ser feita de um semi-eixo de caminhão, pesada e grande, ou seja impossível de ser roubada desapercebidamente, ninguém iria fazer tal coisa, inclusive um dos participantes perguntou se não gostariam de vender um. Passado esse incidente e após termos passado começou a chover forte, e tínhamos a noticias de que mais caminhões estavam a caminho, ou seja, criando enormes atoleiros para nos divertimos, já eu fiquei um pouco apreensivo, afinal estava apenas com tração no diferencial traseiro. 

No caminho para a Balsa alguns pequenos atoladores e muita chuva, perto da Balsa usei meu guincho para desatolar uma L200 que estava carregada com um motor de caminhão na caçamba e depois seguimos para a Balsa. Ao chegarmos veem um motoqueiro pedir para irmos desatolar a L200 novamente pois desistira de seguir viagem e queria retornar para o povoado onde se localiza a balsa e aguardar Sol no próximo dia. 

Na balsa fui na primeira leva de carros, a Hilux, duas Fulls e a Triton, subir até que não foi complicado em 4x2, mas sair da balsa na lama foi, terminei empurrando a balsa pro rio com a tração traseira ao descer a rampa, já que não tinha tração na frente ao encontrar o solo lamacento, depois conseguir subir a inclinação na lama foi mais complicado, o carro derrapava para a lateral do rio e tome giro no motor até conseguir firmar e subir. Ficamos aguardando o restante do grupo, nesse meio tempo pedi a Marcão para voltar e resgatar a L200, foi juntamente com o Savio e depois estávamos todos do outro lado, muitos atoladores pelo caminho e muita chuva e eu extremamente estressado por estar 4x2, uma coisa é certa, foi bem mais emocionante entrar num atoleiro forte e sem saber se conseguiria transpor. 

Após a balsa o trecho estava bem escorregadio e Marcão como sempre brincando de andar de lado e não deu outra, foi parar embaixo no barranco de cara com as arvores, por pouco não cai em um lago, o pessoal do Rio nas Pajeros Full resgataram o louco e melhor de tudo, tá registrado em câmera mais uma peripécia de Marcon!!!! 

Fomos avançando em direção a casa do nosso amigo Isac, pois pretendíamos acampar lá, se não iriamos chegar de madrugada em Humaitá, ai um atolador enorme e não consegui do trilha da esquerda pro trilho do meio e em seguida para o da direita, a noite tudo é mais complicado e sem 4x4 mais ainda. Atolei e Willy, que estava guiando a Nissan de Leandro pegou o trilho central e atolou ao meu lado. A Triton que vinha logo atrás voltou e pegou o trilha da direita, como eu havia instruído o pessoal, foi a frente servir de ancoragem para a Nissan sair no guincho e Savio me puxou para trás no guincho do Troller, enquanto isso o guincho da Nissan deu problema.
Savio puxou a Hilux para trás, com isso consegui pular os trilhos e acelerando forte fui mais a frente, depois Savio puxou a Nissan para trás e seguimos, mas ainda faltavam 40km até a fazenda de Isac. Chuva não parava, mais não era tão forte, mas deixava a estrada escorregadia e gostosa de andar a poucos quilômetros da fazenda paramos para um PipiStop quando Leandro jogou uma bombinha de fogos para trás, querendo assustar Galindo e Jalisson, porém não sabia que atrás estava o Troller de Matteo e a bomba caio no parabrisa do Troller e com isso fez um buraco, a sorte que o mesmo estava com película de segurança, se não poderia ter jogado estilhaço nos Italianos Matteo e Carlo, logicamente que foi uma brincadeira, e além disso Leandro achava que os outros carros tinham parado mais para trás. Uma fatalidade, que deixou Matteo e Leandro chateados, mas depois brincamos muito no rádio e de agora em diante Leandro é conhecido como Osaminha, uma alusão ao terrorista. Fogos confiscados e seguimos em frente para Isac. 

A chuva passou a ser torrencial o que impossibilitou de aramarmos as barracas e fazermos nosso churrasco, seria assim a noite inteira, comum nessa região, por isso decidimos seguir para o Hotel em Humaitá, uma vez que tínhamos essa opção, então seguimos debaixo de chuva por mais 75km, somente a 10km de Humaitá, já no asfalto é que a chuva parou. 

Já se passava da meia noite e chegamos a Humaitá, todos bem, viaturas quase 100% e descansar para no dia seguinte organizar e revisar os carros que precisam e se preparar para subir em direção a Manaus. 

Na sexta-feira fomos lavar as viaturas, reorganizar o que é preciso nos mantimentos e revisar os veículos, inclusive fui resolver o problema da tração, que descobri ser o interruptor de acionamento da 4x4 localizado na caixa de transferência, como não existia a solenoide no mercado fiz uma adaptação para acionar com um interruptor no painel, ficou perfeito! Consertamos o guincho da Nissan de Leandro e da L200 de Meia, todos prontos para no dia seguinte seguir com a expedição, apenas aguardávamos a chegada de Guilhermo e seus amigos, que estão vindo da Argentina para participar da segunda etapa da TAC 2015.

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