domingo, 7 de agosto de 2011

Mundo Off Road... Rally dos Sertões 2011 - Klever fala do roteiro

Com a experiência de quem disputou o Dakar por 22 vezes e acumula três títulos do Rally dos Sertões, Klever Kolberg analisa cada etapa desta edição, que começa na próxima terça-feira, dia 9.


Maior rali do mundo disputado dentro de apenas um país, o Rally dos Sertões 2011 tem um perfil diferente do que foi realizado no ano passado. Apesar de possuir os mesmos pontos de partida e chegada (de Goiânia a Fortaleza), o trajeto deste ano é mais curto - tem 4.096 quilômetros contra 4.486 de 2010. E especialmente por isso, será mais difícil.

Para Klever Kolberg, "o grau de dificuldade está no tipo de piso e estado das estradas e trilhas escolhidas para o roteiro. Por exemplo, o grau de dificuldade do Dakar que acontece na América do Sul tem sido maior do que era na África, justamente porque são escolhidos locais de difícil transposição, com muitas pedras e erosões, que danificam os veículos", analisou o piloto do Valtra Dakar Eco Team, que tem o potiguar Flávio Marinho de França como navegador.

"Quando o tipo de terreno desgasta muito o equipamento, o trajeto favorece os veículos mais resistentes. Teremos muitos adversários fortes neste ano, então teremos de estabelecer e implementar uma estratégia, reforçando nossos pontos fortes e a adaptação às adversidades. Só assim teremos chance de estabelecer uma competitividade", destacou Kolberg, vice-campeão na classificação geral e campeão na categoria Pro Etanol.

Abaixo, a análise de Klever sobre cada dia da competição:
1ª etapa - 10/08
Goiânia (GO) a Pirenópolis (GO)
Deslocamento Inicial: 143 km
Trecho especial: 83 km
Deslocamento final: 10 km
Total do dia: 236 km

"Os números mostram que este dia será o mais curto da prova. Muitas vezes a organização alivia na escolha do roteiro da primeira etapa, assim ele funciona como um aquecimento, permitindo a que todos encontrem seu ritmo ideal. Mas ao que tudo indica, desta vez não haverá esta colher de chá; a especial promete muito. Segundo a organização o roteiro começa duro, com trechos de trial pesado (pistas completamente destruídas, cheias de buracos, erosões, pedras e outras armadilhas), muitas serras (subidas e descidas fortes). O piso predominante é pedra, um dia completo que vai exigir muita atenção com margem zero para erros. Para quem quiser disputar a liderança, será uma especial muito exigente, também de muita navegação tanto de roteiro como de perigos e quebradeira à vista. Quem já andou na Serra da Canastra, em Minas Gerais, pode imaginar que tipo de ambiente vamos encontrar".

2ª etapa - 11/08
Pirenópolis (GO) a Porangatu (GO)
Deslocamento inicial: 37 km
Trecho especial: 290 km
Deslocamento final: 257 km
Total do dia: 584 km

"Esta edição do Rally dos Sertões deverá ter dificuldades crescentes. Se o primeiro dia foi difícil, mais curto, então se eliminou a facilidade nesta segunda etapa, que já é longa, quase 300 quilômetros de trecho cronometrado. Não há refresco. Deve ser uma especial duríssima, de gente grande, completa, muita pedra, pisos escorregadios com piçarra, o sobe e desce de serras, riachos fundos e de piso de pedra a serem atravessados. Haverá trechos de alta, média e baixa velocidade devido ao péssimo estado das trilhas mais apertadas, a característica predominante desta etapa. Nas palavras do Edu Sachs, responsável pelo roteiro: ‘Será uma das especiais mais travadas da historia do Sertões’. Portanto, de altíssimo nível técnico".

3ª etapa - 12/08
Porangatu (GO) a Gurupi (TO)
Deslocamento inicial: 66 km
Trecho especial: 285 km
Deslocamento final: 104 km
Total do dia: 455 km

"O grau de dificuldade das duas primeiras etapas parecia ter chegado ao máximo, mas o que será encontrado nesta terceira etapa do Sertões deve superar qualquer expectativa. Será um dia muito exigente para pilotos, navegadores e veículos. Muita navegação, muitas trilhas, trial de todos os tipos e tamanhos, riachos, pedras. Vamos cruzar a divisa entre Goiás e Tocantins, passando às margens do Rio Tocantins. Será um dia que exigirá muita estratégia, mesclando arrojo e cautela porque pontes velhas, tortas, em estado precário fazem parte do menu. De acordo com a organização, a especial é mais dura, mais travada, tão sinuosa quanto à do segundo dia, porem não dá refresco. Dos 285 quilômetros de trecho cronometrado, apenas 15 de pistas rolantes (retas, onde será possível acelerar mais), os 270 restantes serão extremamente travados e com trial. Esta edição do Sertões 2011 promete ser arrasadora, pelo menos nesta dose inicial".

4ª etapa - 13/08
Gurupi (TO) a Porto Nacional (TO)
Deslocamento inicial: 16 km
Trecho especial: 140 km
Deslocamento final: 50 km
Total do dia: 206 km

"Após três dias infernais, a 4ª etapa promete um pequeno refresco. Mas talvez seja aí mesmo que more o perigo, já que teremos trechos mais longos de alta velocidade, quando uma pequena distração pode custar mais caro. A especial começa com trechos de alta velocidade, depois ela começa a ficar mais sinuosa, travada e volta a ser muito rápida no final. Será o momento de repor as forças, porque pela frente vem o Deserto do Jalapão com a etapa Maratona, sempre um momento decisivo para a prova".

5ª etapa - 14/08
Porto Nacional (TO) a Lizarda (TO)
Deslocamento inicial: 140 km
Trecho especial: 330 km
Deslocamento final: 1 km
Total do dia: 471 km

"A quinta etapa marca o fim da primeira metade da Maratona: isso quer dizer que na soma da 5ª e 6ª etapas vamos acelerar por 807 quilômetros sem que os mecânicos possam revisar ou mesmo fazer reparos nas máquinas. Não bastasse isso, ela acontece no Deserto do Jalapão, um deserto com bastante verde, mas com vários tipos de areia, trechos de cascalho e outras armadilhas, desafiador, e distante de tudo. Quem já esteve lá sabe como é. Começamos com um deslocamento de 140 quilômetros. Na sequencia, uma especial de 330 km que, segundo a organização, é 80% inédita. Ela começa com estradinhas de fazendas e muita areia, seguindo por trechos mais travados alternando com estradas mais rápidas. Será necessária muita atenção às várias zonas de radar na travessia de pontes que precisam ser preservadas. Os veículos são monitorados com um equipamento chamado Rastro, extremamente preciso e infalível na denúncia dos infratores. Concentração é um item-chave".

6ª etapa - 15/08
Lizarda (TO) a Balsas (MA)
Deslocamento inicial: 1 km
Trecho especial: 428 km
Deslocamento final: 7 km
Total do dia: 436 km

"Segunda parte da etapa Maratona. Quem ‘sobreviver’ poderá contar o que sentiu. Além das dificuldades impostas pelo terreno, muita navegação. A especial mais longa da prova, 428 quilômetros, o único dia onde os carros podem reabastecer. Uma especial completa, muita areia, trilhas, cascalho, mas também pistas rápidas, saltos, tudo que um grande rali pode oferecer, testando ao limite a resistência de máquinas e pilotos".

7ª etapa - 16/08
Balsas (MA) a Barra do Corda (MA)
Deslocamento inicial: 10 km
Trecho especial: 306 km
Deslocamento final: 6 km
Total do dia: 322 km

"O rali começa a se aproximar de seu destino final, o desgaste já será aparente nos veículos e nas pessoas, mas o percurso promete não dar trégua. Esta especial é longa, dura e completa, uma variedade de terrenos sem aliviar a vida de ninguém. Começamos com estradinhas sinuosas de piçarra, depois seguimos por estradas de fazendas, cruzando vários pastos e pontes em estado precário. As motos terão um ponto de reabastecimento para então acelerar em estradas mais rápidas e chegar ao local que a organização chamou de "Aerovia", a maior reta do Sertões, onde os carros mais velozes podem chegar a 200 km/h, uma reta com 14,5 quilômetros de extensão. A etapa termina com novos trechos de areia, mais travados".

8ª etapa - 17/08
Barra do Corda (MA) a Teresina (PI)
Deslocamento inicial: 9 km
Trecho especial: 210 km
Deslocamento final: 321 km
Total do dia: 540 km

"A contagem regressiva para chegar a Fortaleza indica que faltam apenas três etapas, mas nada de aliviar o ritmo. A especial é duríssima. Começa com muitas ‘deps’ (abreviação para depressão formada por poças secas) e poças seguindo por trilhas na savana, onde, segundo a organização, serão percorridos 25 quilômetros no meio da mata, de navegação difícil, com alguns trechos de trial para encontrar a saída em trilhas e pistas de muita areia, grandes retas com subidas e descidas fortes num trecho de mais de 60 quilômetros. Um dia longo, que começa com um pequeno deslocamento, a especial em si com 210 quilômetros e no final um grande deslocamento de 321, totalizando 540 no dia. Uma etapa longa e dura".

9ª etapa - 18/08
Teresina (PI) a Sobral (CE)
Deslocamento inicial: 71 km
Trecho especial: 253 km
Deslocamento final: 181 km
Total do dia: 505 km

"Faltam apenas dois dias. A nona etapa promete um pouco mais de tranquilidade com estradas rápidas, piso muito bom, sem buracos. Na verdade a penúltima etapa do Rally dos Sertões 2011 mantém o ritmo forte. Trecho duro, difícil, completo, começando com muita navegação por savanas, seguindo por estradas de fazendas com muitas erosões. Está programado um ponto de abastecimento para as motos antes começarem os trechos de areia, depois pedras de todos os tamanhos e tipos, muito trial, quebradeira até o final. Outro dia longo, começando com um deslocamento de 71 km, um trecho contra o relógio de 253 quilômetros e mais um longo deslocamento de 181".

10ª etapa - 19/08
Sobral (CE) a Fortaleza (CE)
Deslocamento inicial: 15 km
Trecho especial: 86 km
Deslocamento final: 170 km
Total do dia: 271 km
Chegada a partir das 13h30 - Praia do Cumbuco

"Última etapa, mais curta, porém bastante técnica, com muita navegação, muitas mudanças de sentido em trechos de areia, savana e trilhas apertadas. Uma especial com vários pisos: areia, terra batida, piçarra e cascalho. A especial é muito sinuosa, alternado velocidades média e alta. A chegada da caravana será na praia do Cumbuco, passando por dunas, beira de praias e as belas paisagens do Ceará. É quando o Sertão vira mar".

O Valtra Dakar Eco Team é patrocinado pela Valtra, e apoiado por Borrachas Vipal, Banco Fator, Veolia Water, Artfix, Sparco, Dakar Inovação, Arycom e Unica.

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