Em praticamente qualquer cidade de maior porte existe pelo menos umas duas retificas de motor. Dizer qual escolher, qual é melhor é difícil. Diria que é impossível. É fácil ver duas pessoas diferentes que fizerem serviço numa mesma retifica uma delas dizer que o motor ficou excelente, igual novo e a outra falar coisas completamente inversas, que o serviço não prestou, que ficou pior do que estava, enfim, o que muda é a forma como o motor é montado. Existem motores que tem "manhas' para serem montados.
O melhor dos mundos seria encontrar um mecânico experiente, que saiba desmontar um motor, analisar as peças, mandar para a retifica para fazer única e exclusivamente o serviço de usinagem, receber as peças e de posse das peças usinadas pela retifica, proceder a montagem do motor de acordo com as peças compradas pelo proprietário do veiculo. Isso em mecânica diesel é até fácil achar quem faça mas em mecânica de veículos leves complica. Até porque, infelizmente, o advento da eletrônica nos veículos fez com que tudo se resumisse a scanners e limpeza de bicos com ultra-som, e os verdadeiros mecânicos, aqueles que sabem a fundo sobre motores e peças infelizmente é uma raça em extinção.

PEÇAS E COMPONENTES
Não adianta fazer todo um serviço de usinagem se as peças colocadas no motor não são de primeira linha. É importante que isso seja dito pois geralmente quando o custo começa a ficar mais alto, o dono do serviço começa a cortar custos por onde é possível. E o mais fácil são as peças.

Uma boa dica é toda vez que se abrir um motor e proceder um serviço completo, trocar a bomba de óleo. Essa troca é particularmente importante, pois do seu bom desempenho depende a vida útil do motor. É ela que puxa o óleo do carter e faz correr por todas as partes de um motor, lubrificando, limpando e arrefecendo. Daí a importância de se ter uma boa bomba de óleo, nova: É a garantia que as partes novas do motor serão lubrificadas de acordo, sem riscos.
FAZENDO UM MOTOR: A "MEIA SOLA"/" CALÇAR" O MOTOR VERSUS TRABALHO COMPLETO

A famosa "meia sola" que o pessoal costuma fazer consiste basicamente em aproveitar o maior numero de pecas possíveis de um motor, trocando apenas o necessário para que este continue funcionando de maneira minimamente satisfatória.

Basicamente "fazer a parte de cima" consiste em proceder, de inicio, a troca de anéis e brunir cilindros, reaproveitando pistões válvulas, cabeçote, quando muito, retificando a base do cabeçote. Geralmente usa-se fazer "a parte de cima" quando o motor está queimando muito óleo e fraco de desempenho.
"Fazer a parte de baixo" pode consistir em trocar o bronzinamento, dar um "passe" no virabrequim e ajustar as bielas, trocando seu bronzinamento. É feito quando o motor literalmente começa a "bater mancal", ou seja, quando no funcionamento, começa a apresentar ruídos estranhos, como se estivesse moendo as peças internas.
Esse tipo de procedimento é muito comum entre garagistas, que pegam veículos com motores no final de sua vida útil, dão a famosa "calçada" e repassam o veículo para outro comprador. Quem nunca ouviu falar de alguém que, comprou um carro usado de estacionamento que, aparentemente, estava bom de motor e depois de alguns meses, o motor fundiu... Acho que todo mundo sabe contar pelo menos uma história do tipo.

Decidir entre fazer a "meia sola" ou o serviço completo é algo extremamente relativo. Varia de caso a caso, a começar pelo estado geral do veículo: Se ele é bom, vale a pena gastar um pouco e proceder a retifica completa. Por outro lado se o veículo precisa de uma manutenção completa em outros componentes (suspensão, freios, etc.), começa a ficar muito caro e chega-se a conclusão que é melhor não investir demais no carro sob pena de colocar "dinheiro bom em cima de dinheiro morto".

Daniel Shimomoto (Parte II)
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