segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Projeto Etanol de Klever Kolber no Dakar

Golaço no Dakar
Primeira participação do etanol no Rally Dakar deixou equipes estrangeiras interessadas no projeto capitaneado por Klever Kolberg


Quando Klever Kolberg resolveu disputar o Dakar 2010 com um carro movido a etanol, a idéia era disputar a prova emitindo menos CO2 e provando ser plenamente possível competir em provas de cross country de nível mundial - como o Dakar - com um carro fabricado e preparado no Brasil, com um combustível 100% nacional. O objetivo de Klever Kolberg é tornar o etanol uma tendência em competições dentro e fora do País.

E a julgar pelo interesse de outros competidores no projeto pioneiro do Valtra Dakar Eco Team, Klever pode ter este objetivo como cumprido. "Nossa idéia, de início, era mostrar que o etanol é uma boa idéia. É um combustível limpo, amigo do meio ambiente", afirmou dias antes da largada.

Mesmo com pouco tempo disponível durante os dias de competição, Klever crê que a mensagem foi dada. "Muita gente ficou interessada no etanol por aqui, tanto no Chile como na Argentina. Mas como o rally foi bastante difícil, todos tiveram muitos problemas, então não havia muito tempo para pilotos e navegadores ficarem passeando pelo acampamento e ‘bisbilhotar’ o equipamento das outras equipes", disse o piloto, com 22 participações no Dakar.

"Muitos me faziam perguntas, outros nem sabiam do carro movido a etanol, mas como já me conheciam de outras edições do Dakar, perguntavam sobre como estava a minha corrida e então eu explicava sobre o projeto, e aí sim vinha o maior interesse", contou.

Segundo Klever, o desconhecimento dos europeus sobre o combustível derivado da cana-de-açúcar o impressionou. "Alguns vieram me perguntar e era líquido ou gás; de que matéria-prima era derivado, se era vendido na Argentina ou no Chile, e como eu havia trazido o combustível, além de outras curiosidades sobre consumo, emissão de CO2, se a potência do motor era melhor...", enumerou.
"Em algumas situações era até engraçado, porque o etanol é uma coisa já tão comum na cultura do brasileiro, está aí há tanto tempo... Tive que explicar para muita gente o que é, como e de onde é extraído, como funciona... Houve uma situação de um competidor estrangeiro ter me perguntado se o carro era movido a cachaça", divertiu-se.

De acordo com ele, muitos pilotos queriam guiar o carro para saber se havia alguma diferença de desempenho. "Algumas equipes disseram que vão me procurar durante o ano para conhecer mais sobre o projeto. Outras tiveram um interesse maior, como os espanhóis da Epslon Team, os portugueses da New Speed e os alemães da Speed Factory. São equipes que têm muita coisa em comum: prestam todo tipo de serviço, preparação, apoio e inclusive aluguel de carros de competição", afirmou Kolberg.

"Eles entenderam o etanol como um novo caminho, e acham que no futuro terão clientes que irão querer disputar o Dakar e outras provas com combustível limpo. E a alternativa viável no momento é o etanol. Este foi um gol importantíssimo que marcamos nesta edição do Dakar", comemorou.

No decorrer do ano, Kolberg e o navegador Giovanni Godoi irão manter contatos com as equipes interessadas e disponibilizar mais informações, pensando em parcerias. "Alguns até manifestaram o interesse de fazer um rally menor, talvez até no Brasil, para testar o etanol. Naturalmente eles querem conhecer o nível de competitividade do produto. E posso garantir: eles vão se surpreender".

Comandado por Klever Kolberg (piloto) e Giovanni Godoi (navegador) no Rally Dakar 2010, o Valtra Dakar Eco Team é patrocinado por Valtra, BASF, Mitsubishi, Cosan, Unica, Mobil Super Flex, Pirelli, Fremax e Magneti Marelli, e apoiado por Artfix, Sparco e Waiver.

Acesse o site do piloto: http://www.parisdakar.com.br/

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