domingo, 11 de outubro de 2009

Mundo Off Road... Mitsubishi Motorsports Sudeste


MMS 2009 Itaipava – Resenha de um Rally em Terras Imperiais

Por Marcello Ladeira

Meu rally começou na 4ª feira, dia 30 de setembro, quando eu e Maíse, minha esposa, rumamos para Itaipava após deixarmos as crianças na casa da sogra. Seriam dias de descanso e Turismo, honrando assim o nome da minha categoria no MMS.

Viagem tranqüila na 040, chegamos em Itaipava pouco depois das 13 horas. Num rápido contato descobrimos que a cidade se resumia a uma grande avenida margeando a 040 sentido Rio-BH. Almoçamos em Itaipava e fomos dar uma volta de carro em Petrópolis, cujo centro histórico fica a cerca de 20 minutos (15 Km) de Itaipava. Depois fizemos o check-in no Hotel Vale Real, onde seria realizada a prova, e aproveitamos para repor as noites mal dormidas que acumulávamos.

No dia seguinte identificamos no café da manhã parte da equipe da organização do evento. Já era quase umas 10 da manhã quando encontrei com o Isac que trabalha junto com o Lourival e brinquei: “Poxa, achava que vocês acordavam cedo para pegarem no batente”, a resposta veio em seguida: “Marcello, ainda não dormi, passei a noite digitando a planilha”... Glupt...
A 5ª seria dedicada ao Turismo, rumamos para o centro histórico de Petrópolis. Fizemos uma visita ao Museu Imperial, onde viveu Dom Pedro II e depois fomos à Catedral de Petrópolis, de mais de 100 anos(http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Petr%C3%B3polis). Bela Igreja, nela estão os restos mortais de Dom Pedro II, sua esposa a Rainha Tereza, da Princesa Isabel e seu marido o Conde D’Eu – nome nada sugestivo, ideal para alguns integrantes do OFF – somente alguns leitores entenderão este comentário. Visitamos em seguida a casa de Santos Dumond, bem interessante e com soluções revolucionárias. Me senti na casa dos 7 Anões e posso afirmar: Santos Dumond era bem menor que o Pequeno Jr, que atualmente trabalha como pintor de rodapé em Brasília.
Terminada a aula de cultura fui acompanhar a Maíse em compras pela rua Tereza. É um programa de índio para homens, aproveitei então para colocar alguns e-mails em dia via celular. O almoço foi em um bom restaurante italiano da cidade, o Luigi, recomendo. No final do dia compramos alguns brinquedos para as crianças e retornamos para Itaipava para colocar outras horas de sono em dia.
Na 6ª de manhã foi dedicada a pendências profissionais, eu no notebook e a Maíse em seus desenhos. Demos uma volta em Itaipava e encontramos, perto da hora do almoço, com o casal Luciano e Renata, de Itaúna/MG. Fomos almoçar – eu e Maíse – na Pousada das Araras, em Araras município visinho. Que vista fantástica, a truta servida também estava muito boa, mas precisou de um salzinho para ficar devidamente temperada. Quando retornamos para o Hotel, a fila de competidores para entregar os alimentos já se formava no espaço dedicado ao estacionamento das viaturas. Diferente de todas as etapas que já havia participado a fila não era de carros e sim de pessoas e seus 30 kg de alimento, coisa nada prática, eu como estava com o alimento do Ivan, meu amigo aqui de BH, enfrentei a fila com 60 kg. O Ivan me paga.
Ainda na fila encontrei o José Guerra e o Wilson, concorrentes da Turismo que vão a todas as provas enfrentando, na maioria, distâncias superiores à minha, afinal moram respectivamente em Uberlândia e Monte Carmelo em Minas Gerais. Encontrei também com o casal que corre junto Daniel e Mônica, amigos de longa data e que este ano não têm conseguido ir a todas as provas. Ausência perdoável, mas sentida apenas do Renato Fofão Leal, cujo pai veio a falecer na semana da prova, Renatão lembrei bastante de você amigo.
Encontrei com o Fárley, meu navegador, quando terminava de adesivar a Full – prá Campinas ela já está pronta – colocar mais de 50 adesivos num carro é uma atividade legal apenas para quem faz isso pela 1ª ou 2ª vez, eu já me cansei disso afinal a tarefa consome quase 1 hora da 6ª feira.
Enquanto aguardávamos o briefing fomos encontrar com os amigos que não víamos desde a prova de BH, dentre eles Zé Marques e seu navegador, o Cláudio, que correm na graduados e estão obtendo em cada prova um resultado melhor. Dupla em ascensão e que ano que vem terá de enfrentar a dupla Marcello e Fárley, quero ver o que vai dar (ui!!!).

Estivemos com o Cássio e o Rui, que se alternaram conosco na liderança do Campeonato e também com a Belén e seu marido Celso, os dois casais, digo as duas duplas, como sempre se demonstrando companhias agradáveis ao invés de competidores ferrenhos. Neste momento aconteceu um “trem” interessante. Eu e o Fárley demos uma longa entrevista para a cobertura do evento, não sei se ela foi longa porque queriam 2 caipiras falando sobre o que era ser “Nação 4x4” – lema do Motorsports neste 15º ano – ou se porque descobriram que estavam falando com os líderes do campeonato.
O Cássio e o Rui vieram rodando de São Bento do Sul/SC, estavam portanto com pneus AT na TR4, fator que acredito tenha contribuído negativamente para a prova da dupla no dia seguinte.
O briefing em Itaipava demorou a acontecer, foi às 20 horas. Nele o Mestre (Lourival Roldan) falou como seria a prova, que seria num local montanhoso e que por isso mesmo sem muita alternativa de caminho, mas que teríamos um grande e interessante balaio num haras desativado. Ele também disse que ficaria neste local para ver a lambança que os competidores fariam, já que neste local teria carro para todos os lados. Ou seja, diferente da prova de BH não seria uma prova RPP (Reto Pela Principal). Acertei com o Fárley que neste local não preocuparíamos com o tempo e sim em fazer certo.

Depois do briefing fizemos, em companhia do Daniel e Mônica, a aferição na rodovia 040, como sempre resolvemos repetir e usar o W identificado na 2ª medição. Depois de termos os Carros abastecidos, fomos tratar de nos abastecer, uma boa massa cairia bem e lá fomos com a companhia do Zé Marques e Cláudio para o Zaferano, coisa breve pois no dia seguinte tínhamos uma prova por fazer.
Ficar no Hotel do evento, apesar de mais caro, tem suas vantagens. Consegui por exemplo acordar 30 minutos mais tarde. Maíse ficou dormindo, em Itaipava quem me acompanharia de Zéquinha seria o Jorge Thirige que estava subindo do Rio com sua Full igualmente nova. Como ano que vem ele retorna para o Campeonato a idéia era aprender a pilotar comigo, hehehehe.
Diferente do que ocorria até ano passado, confesso que os momentos antes das largadas não são mais tão tensos para mim, acredito que o mesmo ocorre com o Fárley. Lá fomos para os 35 minutos de deslocamento inicial. Durante este deslocamento resolvi mostrar ao Jorge como atua o Controle de Estabilidade da Full, já que ele se queixava que o dele parecia não estar funcionando, pois a “luzinha” não acendia no painel. Aproveitei o ponto onde iríamos retornar na 040 (local de pista dupla) e fiz o retorno de 180º à uma velocidade bem acima do tolerável e sem pisar no freio. O carro freou sozinho e conseguiu desfazer toda a m... que estava fazendo, a luzinha piscou incessantemente e apesar de estar pisando no acelerador a ignição estava cortada. Com certeza minha prova terminaria ali se estivesse feito esta manobra insana num veículo sem tal recurso, no entanto tem de ser muito roda dura para errar uma entrada daquelas, ou seja, é um dispositivo para situações de emergência e não para o uso normal do carro.
Cabe aqui um parêntese. Muitos proprietários acreditam que o Controle de Tração da Full desliga quando você coloca em 4x4 Low (reduzida) e isso não é verdade. Quando se anda em reduzida na Full, apenas o Controle de Estabilidade é que é desligado, já o Controle de Tração fica o tempo todo ligado. Qual a diferença entre eles? O Controle de Estabilidade atua nos momentos em que você faz uma curva acima da velocidade limite. Este sistema, visando evitar a perda de controle do carro através da derrapagem freia automaticamente algumas rodas e corta a ignição do motor, devolvendo assim o controle do carro ao motorista. Já o Controle de Tração atua nos momentos em que você esta dando tração e uma das rodas começa a derrapar, neste momento o sistema trava a(s) roda(s) que estão perdendo tração e todo o torque do motor é transferido para as demais rodas, seu funcionamento é facilmente percebido em momentos de subidas escorregadias ou com cascalho e quando o carro encontra-se em “X”. Os Controles de Estabilidade e de Tração possuem indicadores independentes no painel e podem atuar em conjunto. Fecha parêntese.
Chegamos ao final do deslocamento e aguardamos com os demais competidores o início do trecho de velocidade, no início da prova eu estava com pouca concentração, errei de bobeira uma entrada e já sabia que se tivesse PC no local ali estaria um dos pontos a descartar, logo em seguida pegamos uma boiada sendo tocada pela estrada e novo atraso.
Com a prova provavelmente comprometida consegui atingir o nível de concentração ideal e aí fizemos o que acredito ser a melhor prova possível até o neutro. Fárley mandando bem na navegação, voltando à velha forma que havia sido perdida na prova de Belo Horizonte, a metragem batendo redondinha, eu cravado no tempo certo, o Jorge aproveitando a paisagem e aprendendo a pilotar. Os únicos inconvenientes neste ponto da prova foram um galho que bateu no retrovisor direito e arrancou o espelho do local, um toco que atingiu o estribo lateral e o deslocou um pouco para trás e o cheiro de gasolina que nos incomodou na prova de BH voltando a aparecer. O espelho ficou pendurado pela fiação, mas foi prontamente recolocado pelo Farley, já o cheiro de combustível nos fez ficar preocupado com o consumo, já que em BH o carro fez 2 km/l e gastou 1 tanque e ¼ para fazer a prova. O Mestre no dia anterior já havia avisado que no neutro não haveria como abastecer o carro, aí fizemos uma loucura, ao invés de irmos para a lanchonete do neutro retornamos, na 040, em busca de um posto de gasolina, andamos uns 10 km na direção contrária a todos os competidores, acredito que alguns ficaram sem entender o que estávamos fazendo, até acharmos um posto onde completei o tanque para não me preocupar mais com este problema. Apenas no cheiro da gasolina nos incomodaria até o final da prova.
Retornamos para a prova a tempo e pouco depois do neutro já estávamos no temível balaio. Confesso que esperava mais dificuldade de navegação e referências mais próximas, mas o que vi foi bastante vai-e-vem num tempo e velocidades tranqüilos, apesar disso me preocupei mais em fazer certo do que no tempo e acabamos levando alguns atrasos que só fomos perceber quando da saída do resultado.

Terminada a prova retornamos para o local do evento, onde encaramos uma feijoada geriátrica, ou seja, com pouco sal. No mais a comida estava boa. Até a saída da parcial foi aquela embromação de tempo de sempre na qual nós, participantes rotineiros, já nos cansamos. Para quem participa eventualmente ainda dá para se divertir. Ponto máximo das gargalhadas foi na dança que daria direito a uma bicicleta, o competidor que realmente conquistou a galera, foi ovacionado e acabou levando a bike foi um peso-pesado no estilo do nosso amigo proprietário do blog, o Serjão. Eu aproveitei que estava no Hotel do evento e tomei um bom banho e deitei por uns minutos em meu quarto.

Retornei para o evento pouco antes da saída da parcial, o Fárley a pegou e pela cara que ele fez quando se dirigia até mim vi que o resultado não estava legal. Não conseguíamos encontrar o Cássio e Rui para saber como eles tinham ido e como ficaria no campeonato, quando os encontramos vimos que eles tinham ido ainda pior, ufa, o campeonato ainda ficava em aberto e nós em vantagem. O Gustavo Braga e seu Pai quebraram uma escrita que vinha perdurando há algum tempo na Turismo, a de o vencedor da prova anterior não repetir o resultado na prova seguinte e emplacaram a 2ª vitória na temporada. Ainda bem que eles tiveram problemas nas 3 primeiras provas senão estariam competindo no campeonato conosco e a dupla Cássio e Rui. Ótima surpresa também foi o resultado da Belén e seu marido Celso, pegaram um 3º mais que merecido, andaram demais e estão evoluindo a cada prova, tenho certeza que serão figurinhas freqüentes nos pódiuns do próximo ano, espero o mesmo do casal Jorge e Milene.
Nós ficamos em 5º, únicos da Turismo a manter presença no pódium em todas as etapas. O Cássio e Rui pegaram um 8º e precisarão em Campinas de um 1º ou 2º para levarem o caneco e mesmo assim terão de se preocupar com nosso resultado. Nós temos consciência que a última prova será complicada e por isso mesmo lutaremos para vencê-la e não ficarmos preocupados com o resultado do Cássio.
Na Graduados outra ótima Surpresa, meus amigos José Marques e Cláudio confirmaram a boa prova que achavam que tinham feito e pegaram um 4º lugar, devidamente documentado através da câmera do Daniel e Mônica que fizeram uma prova irregular. Tô doido para medir forças ano que vem com este pessoal na Graduados. A dupla Luciano Azzi e Théo Guardiano, que subiu no pódium em todas as etapas, acabou vencendo a 1ª vez na temporada e devido a regularidade já garantiu o Caneco sem precisar sequer correr em Campinas. Desta dupla aqui cabe um outro parêntese: Eles correm com uma Full das antigas, pré-2001 e já foram avisados pela organização que não haverá nenhuma foto do carro deles no livro oficial, tudo isso porque o carro é antigo, fecha parêntese. Uma pena que a Mit tenha um posicionamento ultrapassado como estes, acho que até reforçaria a marca a divulgação que mesmo carros com 10 anos de fabricação ainda estão em ordem para competir.

Sábado a noite picanha com os amigos para contar mais histórias dos rallys e no dia seguinte acordamos cedo, pois já estávamos loucos de saudades das crianças. Apontamos a proa para a casa da sogra em Luz/MG para pegar a criançada e depois para BH, onde 750km e pouco mais de 2 tanques depois chegamos às 17 horas.

Agora é encarar os mais de 50 dias entre uma prova e outra, enquanto isso darei atenção ao cheiro de gasolina da Full e também a mandarei para um bom lava-jato, afinal desde Curitiba ela não é lavada por baixo.
Marcello Ladeira.

6 comentários:

  1. Minha reputação foi a zero agora.
    Pintor de rodapé foi foda !! rs !!!

    Abraços

    Pequeno Jr

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  2. Parabéns pela resenha Marcellão e obrigado por compartilhar aqui com os leitores do blog. E parabéns pela primeira colocação na categoria e que venha o Peru!

    Mudando de assunto, achei uma falta de sensibilidade da Mitsuibishi em relação a não publicação da foto de um veículo modelo mais antigo da própria marca. Coisa que deveria ser feita com muito orgulho, mostrando o quanto duráveis são os veículos, mas cada cabeça é um mundo e cabeça de diretor de marketing pior ainda!

    Abrs,

    Sérjão

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  3. bela resenha marcellao
    parabens pelos resultados
    agora pintor de rodape, mijei !!!!!!!

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  4. Marcello,
    Parabéns pela resenha e pelo resultado!!!!
    Realmente a prova foi boa e divertida!!!!
    Agora, dificil é ficar esperando até 21/Nov.....
    Abraços!
    Oscar

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  5. Grande Marcellao!!!!

    Show de resenha e parabens pela prova.

    Agora, me permita uma coisa: falar que o Jorge vai aprender a pilotar.... conta outra...

    E o Petit, ate que vc foi gentil com ele.... Pintor de rodape foi florida.... kkkkkkkkkkk

    Abracos FROM USA...

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  6. Pois é Alê se o ribanceira tivesse me escutado faturava essa baba por antecipação.
    Abs,
    JT

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