quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Condução Off Road... Travessia de Rios e Alagados


Travessia de áreas alagadas, rios e afins.

Aproveitando o assunto do post sobre o vídeo do Samuka do Toninho mergulhou no pequeno rio para lavar o sistema de embreagem, mas como havia chovido o rio pegou certo volume de água, o suficiente para engolir a frente do carro. Por isso vamos falar sobre travessias de locais alagados ou rios.

Antes de colocarmos um veículo dentro d’água devemos ter algumas precauções com o trajeto:

- Se conhecer o local analisar visualmente pelas referencias a profundidade e saber o limite do seu veiculo;
- Caso não conheça ou não tenha referencial fazer a travessia a pé, caso exista correnteza se amarrar ao veículo;
- Em correnteza nunca tente se a água passar da altura dos pneus, a não ser que abra as portas do veículo para entrar água e lastrear o mesmo, tendo assim tração para travessia e lastro de água para evitar que o veículo bóie;
- Travessias com até 50 cm de profundidade em um veículo pick-up ou SUV é tranqüila, mais profundo que isso cuidado redobrado;
- Ao fazer a travessia a pé verificar o tipo de piso, se é arenoso, barrento, pedregoso, evitando assim ficar atolado no meio da travessia, normalmente no rio corrente o solo não oferece perigo, mas nas margens, que tendem a subir de descer de acordo com o volume pode existir um solo instável e encharcado e colar o veículo no chão;
- Na travessia utilize a 4x4 reduzida, segunda reduzida de preferência. Avance lentamente e uniformemente sem jamais trocar de marcha dentro d’água;
- Evite acelerar demasiadamente, pois criará uma onda forte que cobrirá sua visão e pode ser aspirada pelo motor;
- Normalmente a entrada de ar do motor está na frente na altura da roda, então evite atravessar com água cobrindo a roda e principalmente de forma lenta para não criar volume de água que possa ser sugada pelo motor e provocar calço hidráulico. Caso o veículo possua Snorkel o limite é à entrada de ar e o lastro interno no veículo para se ter tração.


Se usualmente fazemos trilhas em locais alagados devemos fazer algumas adaptações nos mesmos:

- Instalação de um Snorkel para a entrada de ar do motor;
- Instalação de snorkel para os suspiros dos diferenciais e caixa de câmbio;
- Isolamento das partes elétricas dos veículos, principalmente veículos que não são a diesel e precisam de velas, bobinas, etc. Alguns veículos a diesel mais modernos precisam de isolamento em diversos sensores no motor;
- Isolamento interno dos módulos eletrônicos. Como exemplo a TR4 do Julio, que em 2008 participou do projeto Transamazônica, teve toda a forração interna removida e todos os módulos eletrônicos isolados, se não tivesse feito isso teria queimado os mesmos, uma vez que atravessamos mais de 18 km de áreas alagadas e em muitos momentos sua TR4 ficou cheia d’água na cabine.

Após trilhar em longos trechos alagados devemos fazer algumas verificações e manutenções, tas como:

- Verificar se ocorreu contaminação dos óleos dos diferenciais ou caixa, se ocorreu trocar todos os óleos;
- Retirar as rodas traseiras e desmontar o tambor de freio, caso seja freio a tambor, limpar a área de lama e lubrificar as peças;
- Verificar nos freios a disco se entrou água nos pistões e fazer a lubrificação com WD40, que expulsa a água existente e lubrifica;
- Verificar os rolamentos e engraxá-los;
- Lubrificar as partes metálicas e buchas com produtos que não ataquem a borracha;
- Verificar os contatos elétricos e utilizar um spray que expulsa a umidade.

Caso o motor morra na travessia não tente religá-lo, pois pode ter puxado água. Reboque o veículo, verifique se contaminou o combustível. Se for veiculo com vela, verifique os cabos de vela, bobina, sensores, etc. Retire as velas do motor e vire a chave, pois se tiver água dentro do motor será expulsa. Verifique se contaminou o óleo do motor, depois de trocar o óleo, caso seja necessário e após essas verificações tente ligá-lo.

Sérgio Holanda

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