terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mundo 4x4... Correio Técnico

Correio Técnico

O correio técnico do blog mostra um problema que tem ocorrido com alguns modelos de Trollers, bem como algumas L200, quebra das hélices do motor, que em algumas ocasiões podem levar a danificar o radiador.

Abaixo segue matéria exibida esta semana na news letter Notícias de Jipeiro do jornalisat potiguar Roberto Guedes, que tem circulação nacional através de e.mails cadastrados. Segue a matéria:


"PROBLEMAS MECÂNICOS
Hélices de Troller novos estão
se quebrando muito no RN

Uma quebradeira em série de hélices do sistema de arrefecimento do motor dos jipes Troller vinculados à comunidade “off road” de Natal, capital do Rio Grande do Norte se transformou em grande problema para donos desses veículos e para os mecânicos que lhes dão assistência. Pelo que dizem, as ocorrências assustam e estão saindo muito caras, porque não danificam apenas as hélices. Colméias de radiador zero quilômetro já foram condenadas em decorrência de rasgos que as pás das hélices lhes impingiram por ocasião da travessia de rios e lagoas pelos jipes.

Em dois meses, oito jipes pertencentes a integrantes de uma entidade, o Natal Jeep Clube, sofreram com o mesmo problema, alguns deles repetindo-o algumas vezes, sem que ninguém conseguisse uma explicação para a série e, portanto, ajudasse a inibir estas ocorrências.

Segundo os trolleiros natalenses, o problema decorreria da má qualidade da matéria prima utilizada na confecção das hélices. Caso a tese se confirmasse, estaria ocorrendo com os jipes Troller o mesmo que alguns donos de picape Mitsubishi L200 demonstraram estar afetando seus veículos ao longo de 2.009, conforme Notícias de Jipeiros registrou na época.

Pesquisa feita na época por um dono de L200 Savanah, o contabilista Vagner Araújo, chefe da Casa Civil do governo do Rio Grande do Norte, chegou à conclusão de que as hélices que se quebravam nesses veículos tinham sido produzidas com material reciclado. Notícias de Jipeiros informou na época que a Mitsubishi teria partido para a substituição das pás por outras desenvolvidas com plástico absolutamente novo.

Até o momento, somente um jipeiro natalense viajou em sentido contrário a esta conclusão. Trata-se do empresário Artur Madruga, cujo Troller 2.008 preto sofreu em decorrência da perda de três hélices. Consultando um especialista vinculado à Troller, na fábrica dos jipes, no município de Horizonte, vizinho a Fortaleza, Ceará, Madruga obteve a informação de que os jipeiros se confundem a respeito de uma característica do sistema de embreagem da ventoinha de seus veículos e os fazem botar a perder quantas hélices instalem nos mesmos.

A questão, segundo Artur, está em meter o Troller em águas profundas sem dar tempo de evitar um choque térmico no sistema de arrefecimento. O impacto da água fria sobre o sistema desativa definitivamente a embreagem acionada por um sistema de gel, forçando a hélice a funcionar consoante os giros obtidos pelo motor. O plástico das hélices não suporta o impacto e o atrito com a água e elas se retorcem, encostando no radiador. O choque quebra as pás e rasga a colméia do radiador.

No tocante à hélice, a questão está no fato de o dono do Troller apenas trocar a parte de plástico do equipamento, sem examinar melhor a situação de todo o equipamento de arrefecimento do motor. Segundo o especialista consultado por Madruga, um choque térmico inutiliza definitivamente um equipamento destes. A colocação de nova hélice, portanto, redundará em o jipe ter pás novas aplicadas a um dispositivo que funciona permanentemente, e não apenas quando a elevação da temperatura do motor o exigir. Assim, quando o jipe voltar a trafegar em água profunda, mesmo que seu condutor tenha procurado evitar o choque térmico, nada impedirá que as pás se quebrem de encontro ao radiador. Afinal, o sistema estará funcionando na mesma velocidade do motor. Sempre que entrar em água profunda, o jipeiro deve passar a examinar se o sistema de arrefecimento passou a acionar a hélice permanentemente, pois é enorme a possibilidade de isto passar a ser uma seqüela do choque térmico sobre o gel."

Por: Roberto Guedes (RG151-DRT/RN)

Comentários e Adendos:

A Mitsubishi do Brasil teve diversos problemas com as L200 devido às hélices, no caso da Mitsubishi todas as hélices de cor preta ao entrarem em contato com a água, sejam com motor frio ou quente e em velocidade baixa ou entrando lentamente, arrebentaram e rasgaram o radiador.

A Mitsubishi negou a alguns usuários o conserto em garantia, alegando mal uso do veículo. Este problema ocorreu também em L200 Savana, mesmo esta sendo preparada para andar com certa cobertura de água pelo capô, visto que possui snorkel.

Após diversos casos e brigas na justiça a própria Mitsubishi Brasil de forma silenciosa realizou o famoso Recall Branco, onde este recall não é informado ao proprietário e quando o veículo é levado para revisão os técnicos realizam este procedimento. Muitas L200 de hélices pretas foram trocadas pelas brancas e não mais se teve este problema.

O que se observava nas hélices pretas era que estas não possuíam ou possuem, já que alguns veículos ainda circulam com elas, a mesma resistência a torção e impacto na água, com isso partiam e rasgavam o radiador ao menor impacto na água. Já as hélices brancas não tinham este problema, logicamente isto não tem nada a ver com a cor e sim com o material que são produzidas. Certamente algum fornecedor entregava as hélices pretas por um preço mais em conta e com isso a empresa não pensou duas vezes, certamente feita de material reciclável. Faltou um estudo de resistência por parte da Mitsubishi.

Nos Trollers ocorreram, também, este mesmo problema, mas neste caso em sua maioria foi o impacto repentino, visto que alguns proprietários utilizam o veículo de modo esportivo em dunas, lama e travessias de locais alagados e nestas travessias não poupavam o veículo. As pás são mais resistentes, porém o impacto imediato pode deslocá-las levando ao encontro do radiador e ai quebrarem, neste caso existe uma flexibilidade em excesso do material e um impacto forte para deslocá-la. Notadamente existem relatos de pás realmente frágeis e que ao primeiro contato com a água, assim como as das L200 arrebentam em alguns modelos de Troller.

Segundo o relato da matéria exibida no Notícias de Jipeiro, é alegado problema de choque térmico no sistema de acoplamento viscoso, mas é importante saber que este sistema é extremamente resistente a estes impactos e que dificilmente o choque térmico iria causar frenagem repentina da hélice levando-a a trabalhar na mesma velocidade do motor. Ao resfriar, mesmo que repentinamente a temperatura da água em questão, o sistema desacopla e não trava, é à base de funcionamento do sistema.

Existe algo muito importante no relato sobre as quebras na matéria, é que após o problema se faz necessário a troca do sistema, pois este normalmente empena o eixo e danifica o acoplamento viscoso. No caso das L200 é preciso verificar a bomba d’água, caso se rode com o veículo por mais alguns quilômetros, danificando o eixo da mesma.

Sérgio Holanda

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